Sobre P2IP

PLATAFORMA DE INFORMAÇAO E INTERPRETAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Enquadramento, Estratégia e Visão

A Plataforma de Informação e Interpretação do Património Arquivístico, Museológico e Edificado - P2IP (AME) resulta de um projeto integrado no Plano Diretor do Património.  Considerando que a P2IP (AME), alicerçada nesse Plano e com base nas estratégias gerais e  particulares da sua implementação: 

1.    maximiza as relações entre o património de conservação permanente e o património de nível intermédio, mais ou menos efémero na sua conservação, nomeadamente aquele que é produzido pelas atuais unidades orgânicas da empresa (e.g. aquivos de conservação/arquivos intermédios, coleção permanente de objetos museológicos/coleções temporárias e/ou temáticas); 

2.    promove a difusão/ampliação do conhecimento, apostando na visibilidade e eficácia objetiva da componente do acesso, através dos meios, suportes e ferramentas, digitais e analógicas adequadas; 

3.    produz investigação científica e técnica, em diálogo permanente com as unidades orgânicas da empresa e com outras entidades, respondendo a solicitações internas e externas; 

4.    ultrapassa qualitativamente as áreas de arquivo, museu e edificado, entendendo a 
questão do património como um todo: cultural, técnico e sócio-histórico, tem-se como objectivo a consolidação desta estrutura e das suas plataformas de intervenção. 

Assim, a P2IP tem a seu cargo, integrado no sistema patrimonial, o espólio museológico, arquivìstico e edificado da Águas do Porto, E.M.
Entre 2015 e 2021, a par da estruturação, consolidação e difusão do sistema de arquivo, a área museológica alargou significativamente o seu âmbito e capacidade de acção, não apenas pela recolha e organização de objectos e pelo seu cruzamento com a área documental, mas também pelo facto de se ter conseguido articular com a área de preservação dos espaços edificados de valor museológico. 

Parte substancial encontra-se no Edifício-Sede ou no Parque das Águas, nas instalações da Rua de Barão de Nova Sintra, mas, a sua real dimensão viu-se significativamente expandida com a incorporação das instalações da empresa disseminadas pelo município, organizando-se agora em rede, constituindo-se em formato de roteiro urbano.

Nesse sentido, ao falarmos da P2IP, não nos cingimos apenas ao que se encontra depositado nas instalações da Sede, mas a todo um conjunto mais vasto à escala da cidade, com imenso potencial de se afirmar nacional e internacionalmente pelo seu carácter exemplar e singular no contexto do património das empresas de abastecimento de águas europeias.

De facto, uma das idiossincrasias deste sistema museológico, arquivístico e edificado é a articulação entre memória, objecto, espaço e território. Sendo algo que se traduz na história que os objectos e documentos nos contam, também incorpora a revitalização de antigos núcleos industriais e de serviços, bem como equipamentos urbanos como fontes, chafarizes, lavadouros, centrais e reservatórios, a maior parte desactivada do serviço corrente.

Sendo a componente “trabalho” uma das mais preponderantes no acervo, o Museu eo Arquivo não se lhes cingem apenas, embora nela assente as bases da sua criação e as principais referências orientadoras, numa articulação orgânica com a componente de arquivo à qual se vincula em termos de organização. A estrutura da P2IP, em núcleos de informação e interpretação do património, interligados, propiciou o “caldo de cultura” para a afirmação da sua componente museológica e arquivística, promovendo o transvase intelectual entre estas formas de expressão do património.

Para além daquilo que, basicamente, podemos chamar de “materialidades”, convém ainda abordar o carácter de repositório de memórias orais do Museu e do Arquivo. De facto, nos últimos cinco anos, tem-se progredido bastante nesta área, potenciando as ferramentas de trabalho baseadas nas técnicas de entrevista e de recolha etnográfica. Sendo que, numa unidade de trabalho viva como é a empresa 8 e não um museu/arquivo/centro de interpretação canónico, estático), a informação dada pelos depoimentos dos trabalhadores torna-se essencial para compreender os processos de transformação sócio-históricos e, com um carácter de maior precisão, proceder á catalogação e organização do acervo.

A opção tomada pelo digital, plataforma de repositório e difusão patrimonial revela-se determinante nesta fase do trabalho, possibilitando o acesso facilitado à informação através da alimentação de uma base digital e da identificação dos objectos analógicos com marcas refer~encias digitais (como por exemplo a tecnologia QRCODE), possibilitando a qualquer utilizador, para além da informação sobre o que está a ver, a competência de poder cruzar a informação de diversas fontes primárias, auxiliando nos vários processos de entendimento do património desde a mera visita, à pesquisa e, por último à investigação tanto de utilizadores internos como externos, desde os técnicos aos académicos, alargando profundamente o alcance do Museu e do Arquivo como entidades produtoras e reprodutora de conhecimento.